O vento arrasta tudo,
Quisera eu que ele arrastasse a insegurança...
E pra estar seguro, eu preciso estar livre.
Eu aprisiono quando sinto medo,
E então liberto quando encontro um porto,
E assim avanço à procura do cais...
Em paz,
navego pelos sete mares e por seus mistérios.
Tem horas que o mar me assusta,
é preciso ousadia para ser um tripulante, um capitão.
Enfrentar é dizer 'sim', mas também é dizer 'não'.
E a vida flui. E a vida vai.
Quando há terra à vista, eu brado.
E, às vezes, no escuro eu vejo o que só o coração pode enxergar,
A essência prevalece e se perpetua.
O palpável é momentâneo,
E embora muitas vezes lindo,
É também muitas vezes vão.
Quero dar valor ao que realmente vale.
Preços, etiquetas e grifes
Tudo isso enche os olhos e as vitrines,
Mas não completam em nada um coração vazio.
Quero, quero sim, o carro do ano,
Mas os anos passam e a vida é tudo o que temos.
Ou talvez nem a tenhamos,
porque ela também passa.
Quando ingressei nessa jornada eu conheci o medo,
As aventuras têm suas delicias e suas dificuldades.
Sentir medo é sintoma de quem quer viver...
E eu vivo.
"A única certeza da vida é a morte".
Deixa então que a vida brilhe a cada etapa antes do fim...
Da vida palpável.
Assim eu toco em frente.
Eu quero esse tipo de vida que a gente toca
Enquanto é possível.
A vitrine oferece o Paraíso depois daqui,
o céu.
E eu acredito que sim.
Eu posso sentir vestígios do céu na vida que eu toco.
Pois nada impede que a vida seja como o Paraíso que vemos na vitrine, ou na televisão.
Escolhas são feitas a cada segundo.
Ser feliz é questão de opinião.
E por mais que o medo queira impedir o homem de se aproximar do céu, não é difícil perceber que o medo é igual a miopia.
Embora nada esteja claro, é certo que há um chão adiante.
E eu vou.
"Putzgrila", pai! Você serviu de inspiração pra esse poema. Amo você. "Nunca se esqueça nem um segundo que eu tenho o amor maior do mundo. Ah, como é grande o meu amor por você..."